Houve um tempo em
que o rei matava todos com a sua espada!
Mas agora o rei
não tem força para a levantar!
O rei está velho!
O rei vai morrer!
O rei não quer
morrer!
Que o rei morra
depressa!
O rei partiu a sua
coroa ao meio e abandonou o castelo!
O rei está louco!
O rei não sabe para
onde vai!
O rei não quer ser
rei!
Cruéis tempos se
avizinham!
O rei é um bobo!
O rei quer morrer!
A alteração do título tem uma
dupla intenção irónica e crítica, porque manipulamos e transforma-mos o texto de
Shakespeare como se fosse um hamburger; em simultâneo trabalhamos a dimensão de homem comum e cidadão, que o rei apresenta, o abandono das suas
responsabilidades de governação e a relação com as suas filhas.
A peça acabou por se tornar
um ser diferente daquele a partir do qual foi gerado, acentuando a
contemporaneidade do texto e a temática que entrecruza o acaso e as paixões.